Ao pedir abertura de inquérito pelo crime de prevaricação contra o
desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a
procuradora-geral Raquel Dodge afirma que o magistrado pressionou a Polícia
Federal para soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguindo sua
decisão emitida no Domingo passado, dia 8.
Plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Favreto expediu
duas decisões que mandavam soltar Lula, posteriormente derrubadas pelo
presidente da Corte, Thompson Flores, e pelo relator da Lava Jato, João Pedro
Gebran Neto. O STJ também rejeitou habeas corpus a Lula.
A procuradora-geral pediu ao STJ que abra investigação contra o desembargador
e moveu reclamação no CNJ pedindo sua aposentadoria compulsória. Para Raquel,
ele agiu de maneira partidária e "desonrou a higidez e a honorabilidade de
seu cargo".
Raquel Dodge relata, no pedido e na representação, que o desembargador
se dirigiu "à autoridade policial, fixando prazo em horas para que
cumprisse sua decisão, chegando a cobrar pessoalmente ao telefone o seu
cumprimento".
A procuradora-geral atribui o comportamento dele ao seu histórico dentro
do PT e ao desejo de favorecer Lula. "As notórias e estreitas ligações
afetivas, profissionais e políticas do representado com o réu, cuja soltura ele
determinou sem ter jurisdição no caso, explicam a finalidade de sua conduta
para satisfazer interesses pessoais e os inexplicáveis atos judiciais que
emitiu e os contatos que fez com a autoridade policial para cobrar urgência no
cumprimento de suas decisões", argumenta.
Tribuna da Bahia
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