Não entendo a razão de
tanta celeuma em torno do senhor Luís Inácio Lula da Silva. Afirma-se que ele é
dono de um luxuosíssimo apartamento triplex no balneário Guarujá, coisa de
magnata; e de um sítio no município paulista de Atibaia, coisa de cinema.
Afirma-se que uma construtora gastou R$ 780 mil na reforma do apartamento e
mais R$ 380 mil somente no mobiliário dos quartos e da cozinha. Outra
construtora - dizem - reformou o sítio e somente os móveis da cozinha lhe
custaram R$ 180 mil.
Por enquanto, as provas
colhidas pelas investigações indicam que o sítio é de Lula, mas ele diz que não
é. Outras provas indicam que o apartamento triplex também é de Lula, mas ele
diz que não é.
“Ser ou não ser, eis a
questão”. Estaríamos diante de uma trama de William Shakespeare? Eu não sabia
que o homem é chegado numa tragédia shakespeariana: To be or not to be, that is
the question.
E ainda, no meio do
caminho, ou melhor, no meio da água, apareceu um barco cuja nota fiscal de
venda atesta que é de Lula, mas pode não ser de Lula. O sítio não é dele,
segundo ele. Então o que tinha esse barco enxerido de se meter lá, em suas
águas, com nota fiscal, transportador, recebedor e tudo mais?
O Ministério Público, a
Polícia Federal e a imprensa esquecem que “não há, neste país, uma viva alma
mais honesta” do que Lula, segundo ele próprio. Se a honestidade dele chega a
este patamar inalcançável para os demais mortais, não há porque duvidar do
caráter do homem e da irrepreensibilidade de sua conduta.
Toda essa riqueza e
outras mais que Lula tem - ou as más línguas dizem que ele tem - simplesmente
pode ter integrado o seu patrimônio sem que ele soubesse.
A riqueza chegou como
uma raposa maliciosa e sorrateira. Abancou-se na vida de Lula
despretensiosamente, generosamente. E ele não sabe. O que há de mal nisto?
A assessoria de Lula
sempre se preocupou com a saúde do chefe, mas esqueceu de cuidar de sua
amnésia. O homem é esquecido demais! Não sabe nem dizer quais as coisas que
tem, se é que tem.
Uma curiosidade: um
delator, que disse ter repassado R$ 2 milhões, desviado da Petrobras, para um
suposto membro da família de Lula é conhecido como “Baiano”. A imprensa
noticiou que o rapaz que recebeu o barco do transportador, no sítio de Atibaia,
também tem o apelido de “Baiano”. A Bahia não tem nada com isto.
Por Walter Araujo
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